quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Timóteo - discípulo de Paulo

A história de Timóteo, discipulo muito querido de Paulo de Tarso, e que mereceu duas epístolas na Biblia, pode ser contada da seguinte forma: Paulo de Tarso é encarcerado porque durante sua pregação do Evangelho de Jesus, uma moça de nome Tecla se enamora dele e arma a maior confusão no local, obrigando-o a fugir para a cidade de Listra.

Lá ele conhece uma senhora de nome Loide e sua filha Eunice, adeptas das idéias cristãs. Eunice era mãe de Timóteo, jovem de 14 anos, muito inteligente e um fiel servidor da Igreja local. Durante permanência do apóstolo naquela cidade, ele crivou-o de indagações sobre a vida de Jesus e sua doutrina.

Nessa cidade, aliás, ocorre a primeira cura de Paulo. A um aleijado que estava a ouví-lo com muita atenção, o apóstolo dos gentios, ordena que ele se levante. E ele se levanta ! Espalha-se então por toda a cidade que Paulo e seu companheiro Barnabé eram os deuses Jupiter e Mercurio -- o que eles refutaram imediatamente . Na ocacsião, com a ajuda da avó e mãe de Timóteo, Paulo funda a igreja de Cristo naquela cidade.

Mas os habitantes locais se revoltaram com Paulo e seu colega Barnabé e numa ocasião quase mataram o Apóstolo a pedradas, jogando-o, desfalecido, num monturo, fóra da cidade. O seu companheiro Barnabé, ciente do acontecido, vai até lá e constatando que ainda estava vivo presta-lhe os devidos socorros. Ajudado pela familia de Loide ele se recupera e, á noite, foge para outra cidade.

Na sua segunda peregrinação o apóstolo Paulo é informado que o Jovem Timóteo se enriquecera de conhecimentos sobre o Mestre Jesus e fizera grandes curas, sendo seu nome abençoado por tod0s. Ficou sabendo, também, que ele estava construindo uma igreja. Foi até lá e ficou radiante com o trabalho de Timóteo.

Nessa ocasião, a avó e a mãe de Timóteo pediram ao apóstolo para cuidar do rapaz, por algum tempo, uma uma vez que estavam de mudança para a Grécia. Ele aceitou e Timóteo passou a acompanhá-lo nas suas peregrinaçoes divulgando o Evangelho de Jesus.

Timóteo esteve com Paulo na Macedônia, em Éfeso, quando o apóstolo foi visitar a mãe de Jesus e em Jerusalém. Em Malta, na Espanha e volta a Asia com mensagens do apóstolo, que o considerava um médium de cura pela imposição das mãos, pocurando sempre incitá-lo na prática desse seu dom.

Paulo recomenda que ele seja perseverante na doutrina de Jesus e que lute contra os falsos profetas dos últimos tempos e o egoismo dos homens. Diz que deve se manter firme no que aprendeu e aceitou: as sagradas escrituras que, inspiradas por Deus, são úteis para instruir, refutar, corrigir e colocar justiça.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Educação para viver


Se a criança que engatinha tenta enfiar o dedinho no buraco da tomada a mãe, carinhosamente, dá-lhe um tapinha na mão e diz:

-- "não faça mais isso, senão a mamãe te bate".

Quando ela for maior e tiver mais compreensão, esse processo educativo muda de forma. Se a criança mexer no ferro quente de passar roupa, a mãe não mais lhe bate, mas adverte:

-- "não mexa nisso senão você se queima".

Quando adulta, a antiga criança aprende que existem no mundo leis e valores que devem ser respeitados, para que não sofra consequências desagradáveis.

Evoluindo, foram os homens compreendendo melhor a vida e que para serem felizes devem respeitar as leis vigentes, as normas estabelecidas e evitar atritos com o próximo. Os dirigentes procuram estabelecer leis que atendam a todos, mas o atraso mental das pessoas cria no mundo uma situação que gera dor e sofrimento.

A ignorância e desobediência das leis de Deus de amor ao próximo, também geram dores e sofrimentos. As pessoas simples e ignorantes possuem um Deus antropomórfico que distribui bens a quem o ama e esquece os demais. Esses vêem em tudo a mão de Deus, independentemente da sua forma de viver. Quer dizer: se são ricos e felizes o são porque Deus quer, se são sofredores foram esquecidos por ele.

Por viver alheios às leis divinas irão sofrer as consequências advindas do seu desrespeito. Quando surgem essas dores voltam-se à religião esperando que Deus os perdoe e restitua o que perderam; desconhecem as razões anteriores, que as geraram.

Está se desenvolvendo, porém, uma nova classe de seres: os que crêem que uma inteligência suprema criou o universo, tudo o que ele contém e, através de leis invioláveis, o mantêm atuante. São as leis que, desrespeitadas, geram os sofrimentos.

A criatura não é mais um ser transitório, sofredor, mas entidade eterna, construindo-se em várias experiências que vive em diversas encarnações. Aprende que matando, será morta, ferindo será ferida. Não existe um Deus pessoa, que pune, mas é ela que se pune, desrespeitando as normas da vida.

Aprendeu que isso ocorre porque o ser humano não é somente um ser biológico, mas também um feixe de vibrações que atrairá para si o bem ou mal que haja feito. O ser cresce e ergue os braços aos céus num transporte de veneração a esse ser Maravilhoso que lhe deu não só a vida, mas a sublime ventura de construir-se a si próprio, cheio de ciência e sabedoria, num mundo fantástico, repleto de cores, formas e vibrações de alegrias sem par. E antevê, "projetando-se no futuro como um Deus" no dizer de Jesus de Nazaré.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A prova da riqueza






Respondendo a Kardec disseram os espíritos que a riqueza, por sua suas tentações, é uma prova multo difícil e são poucas as pessoas que, ao reencarnar, se aventuram nos seus caminhos.

Forçoso é reconhecer, porém, que sem a riqueza muitas coisas deixariam de ser feitas, porque ela é fundamental ao progresso, em todos os campos. Querem ver?

Pela época da proclamação da nossa independência, um jovem parisiense casou-se com a filha de um ourives de Bordéus e veio residir no Brasil.

Em Diamantina, passou a comerciar com pedras preciosas. Do casamento nasceu um filho que, depois dos primeiros estudos no Colégio Dom Pedro, no Rio de Janeiro, foi completar a educação em Paris, onde se formou engenheiro. Retornando ao Brasil ocupou, em Ouro Prelo, então capital da Província de Minas Gerais, o cargo de Engenheiro de Obras Publicas. Casou-se logo depois com a filha de um Comendador Português e desse casamento nasceram oito filhos. O segundo deles chamava-se Alberto Santos Dumont.

O pai de Alberto trabalhou com tenacidade e energia. Minerou ouro no rio das Velhas, organizou empresas de navegação fluvial, vendeu madeira e administrou a fazenda do sogro. Em 1880 era considerado "o rei do gado" em Ribeirão Preto. Com isso naturalmente pode propiciar educação esmerada aos filhos, que iam estudar na Europa.

Santos Dumont esteve em Paris pela primeira vez aos 15 anos e voltou encantado com os livros de Júlio Vene, que falavam de viagens aéreas e submarinas. Como sempre teve inclinação para a mecânica, quando fez 18 anos o pai levou-o de novo à Cidade Luz para visitar uma exposição de máquinas, e lá ele viu funcionando um motor de 1 H.P. que o Impressionou muito.

No ano seguinte, o pai deu-lhe a emancipação, dizendo:

-- "Vá a Paris, estude física, química, mecânica, eletricidadde e não esqueça que o futuro do mundo está na mecânica. Você não precisa pensar em ganhar a vida; eu lhe deixo o necessário para viver”.

Assim fez ele. Foi a Paris e durante 5 anos, de 1892 a 1897 estudou com afinco. Leu muito, viajou bastante, interessou-se por automobilismo, mas sonhava com balões dirigidos.

O desafio surgiu quando o Sr. Henry Deutsch, magnata de petróleo, instituiu um prêmio a quem fizesse a volta da Torre Eiffel em balão dirigível.

Após três tentativas frustadas ele conseguiu o notável feito em 19 de outubro de 1901. Saindo do Parque Salnt Cloud, sem tocar em terra, o seu balão dirigível fez o contorno da torre e voltou ao ponto de partida, no prazo de meia hora. Do prémio de 129.000 francos ele deu 75.000 aos pobres de Paris e os restantes 54.000 aos seus mecânicos e auxiliares.

Desde então passou a dedicar-se à construção de dirigíveis e tinha até projetos de um helicóptero, mas decidiu-se ao culto "do mais pesado do que o ar" assim que o mesmo magnata, inclusive o Sr. Ernst Archdeacon e a Diretoria do Aeroporto de França em 1901, instituíram prêmios "ao primeiro aparelho aéreo, sem balão, que cobrisse um percurso de, no mínimo, 25 metros. Outro para 60 metros e o grande prêmio para um quilômetro".

A data máxima do vôo mecânico ficou sendo 23 de outubro de 1906 quando, no Campo de Bagatele, presentes autoridades e a imprensa, que fotografou o feito, Santos Dumont no seu aparelho denominado "14 Bis" voou por 60 metros a aproximadamente dois metros de altura.

A imprensa exultou: "É um fato precioso. Partindo do solo, um homem, numa máquina voadora percorreu, no ar, mais de 50 metros!”

Nesse mesmo ano, nesse campo, Santos Dumont conseguiu voar 220 metros a uma altura de 7 metros, recebendo um prêmio de 1500 francos, que doou aos seus mecânicos.

Três anos depois, em 1909, após vários aperfeiçoamentos no seu "14-bis" ele construiu o famoso "Demoiselle" avião que pesava 118 quilos sem o piloto e tinha um motor de 30HP. A hélice media 1,80m de diâmetro e desenvolvia 1800 rpm. Com ele voou 18 quilômetros e chegou atingir 70 metros de altura.

De lá para cá, os aperfeiçoamentos que fizeram na sua máquina de voar, transformaram a face da terra!

Tudo porém estava delineado no plano espiritual. Em 30 de julho de 1876, o espírito de Estevão Montgolfier, pioneiro do balonismo, pela psicografia do médium Ernesto de Castro, dizia em sua mensagem, entre outras coisas:

-- " A locomotiva, esse gigante que avassala os desertos e vence as distâncias, será um insignificante invento ante o pássaro colossal que, qual Condor dos Andes, percorrerá o espaço, conduzindo em suas soberbas asas, os homens de vários continentes. O Brasil foi o paiz escolhido para demonstrar a força dessa grandiosa máquina aérea".

Nessa época Santos Dumont tinha apenas 3 anos! Como se vê, a prova da riqueza é difícil, mas não impossível. Santos Dumont usou-a, não em proveito próprio, mas em beneficío do mundo em que nasceu. E a maior prova de que era um espírito de escol é que, dos seus inúmeros inventos, não quis requerer patente de nenhum deles. Que seu nome seja louvado!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

A história de Alfredo

Bem aventurados os pobres de espírito por que deles é o Reino dos Céus;
Bem aventurados os aflitos por que serão consolados

(Jesus)


Conheci Alfredo há muitos e gostava muito dele. Homem simples, humilde, que vivia de pequenos serviços de pedreiro. Viera do interior para a capital a procura de melhores dias de vida. Era espírita convicto e, numa ocasião, indagado, contou-me a razão de ter adotado essa doutrina como religião.

Nascera e era católico, mas não gostava muito de freqüentar igrejas. Um dia sua mulher ficou muito doente e ele não tinha dinheiro para levá-la ao médico -- estava muito preocupado, sem saber o que fazer.

Aconselhado por uma vizinha levou-a ao Centro Espírita da cidade em que morava, onde havia uma tal de Dona Maria, médium, que dava consultas gratuitas e era tida como milagreira.

Nunca ouvira falar de espiritismo mas, diante das circunstâncias, não havia outro remédio. Quando chegou, o salão estava repleto e, conforme foi orientado, haveria uma palestra evangélica e depois Dona Maria iria atender aos necessitados. Marcaram o seu nome num livro.

Quando chegou a sua vez, o colocaram numa sala, onde havia uma mulher sentada diante de uma mesa, de cabeça baixa, e um lápis na mão. Ela mandou que ele sentasse e dissesse o que o trazia ali. Ele contou da doença da mulher e sua preocupação. Ela então disse-lhe que sua esposa não tinha nada de grave e era para ele confiar pois ela breve estaria de pé. Deu-lhe uma receita que ele agradeceu. Quando ia se retirando ela disse:

-- "Se o senhor for comprar na farmácia do seu João, ele vai dizer que não tem. Peça pra ele procurar atrás dos Biotônicos Fontoura."


-- “Esse remédio eu não tenho não! É melhor procurar noutro lugar “, disse o farmacêutico secamente, ao ler a receita.

Meio sem jeito, Alfredo pediu que fosse olhar atrás dos Biotônicos.
O farmacêutico então perguntou:

-- “O senhor vem da casa de Dona Maria?”
-- “Sim”, respondeu timidamente.

Alfredo contou que o farmacêutico olhou meio esquisito, pegou a escadinha, encostou na prateleira, enfiou a mão atrás dos Biotônicos e trouxe o remédio.

-- “Ué, exclamou. Eu não sabia que tinha este vidro aqui.”

A mulher de Alfredo ficou boa e ele, intrigado com o acontecido, disse-me:

-- “Comprei o Evangelho Segundo o Espiritismo e passei a freqüentar o Centro, onde me dei muito bem”

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Aos Coríntios

Em sua segunda epístola aos seus amigos da igreja de Corinto, o apóstolo Paulo diz:

"É manifesto que sois a carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita não com tinta, mas com o espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração".

É bastante expressiva a comparação feita pelo apóstolo Paulo, se levarmos em conta que toda carta traz em si uma mensagem. Existem cartas de apresentação, de agradecimento, de amor. Há as que trazem alegria, outras esperança, cartas de negócios, de revolta, de ódio, cartas mentirosas e verdadeiras. E desde a mais remota antiguidade elas são escritas em pedras, tábuas, papiro, lenços, em papel e em todo e qualquer material que se possa grafar, comunicando o nosso pensamento.

Todas as pessoas manifestam, com a sua presença, uma mensagem e são, por isso mesmo, uma carta viva -- que é lida à medida que passam pelos que as vêem, sem que seja necessário sequer abrir a boca.

Um padre, na rua, traz a mensagem da sua fé e uma prostituta, toda rebolante, é imagem típica da luxúria. O bêbado, cambaleante, denota sua fraqueza de caráter e a incapacidade de dominar o vício. O político, apregoando sonhos, como objeto de suas futuras realizações, é a imagem típica da demagogia.

A forma de ser vestir, de se apresentar, diz ainda muitas coisas das pessoas. Se rico ou pobre, sua posição social, sua profissão, sua religião, seu estado de origem e muitas vezes sua nacionalidade é colocada em relevo. O tom de falar, o modo de olhar são outros tantos indícios da sua personalidade.

Este mundo para o apóstolo Paulo, é bem evidente. É um imenso palco onde desfilam inúmeras personagens, que transmitem, pelos seus atos,um determinado tipo de mensagem e depois saem de cena. Morrem.

Há os que acumulam bens o tempo todo e deixam tudo no palco quando saem de cena. Existem os que pretendem todos os prazeres e, por isso, estragam o que de mais precioso possuem: a saúde. Há os aventureiros, os que se dizem sábios, há os vendedores de ilusões, os exploradores e os explorados, os violentos e os pacíficos. Há os que choram e os que riem.

Os personagens de Paulo, porém, trazem escrito no coração sua mensagem: O AMOR, que é o espirito de Deus, e por esse traço devem se destacar da multidão de atores de que o mundo se compõe. Se a pessoa é de Cristo, sua conduta na terra deve ser inequívoca. O amor e a bondade devem pautar seus atos diários no palco da vida. Deve cantar as alegrias celestes como filho de Deus que é. Deve expressar a esperança e a gratidão por pertencer a um mundo maravilh0oso que lhe permite progredir cada vez mais. Deve sorrir à vida, contagiando com sua maneira todos os que o cercam.

É uma carta onde está escrito o amor a todos, a benevolência e a caridade, sinais autênticos que todos lêem claramente: são os seguidores do Cristo.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

As dez virgens


O reino dos céus será comparado a dez virgens que, tomando suas lâmpadas, saíram ao encontro do noivo. Cinco delas eram néscias e cinco prudentes.

As néscias, tomando de suas lâmpadas, não levaram azeite consigo, mas as prudentes levaram azeite em suas vasilhas, juntamente com as lâmpadas.

Tardando o noivo, toscanejaram e adormeceram. Mas, à meia noite ouviu-se um grito.

-- Eis o noivo! Saí ao seu encontro.

Então se levantaram todas aquelas virgens e preparam suas lâmpadas.

E disseram as néscias às prudentes: dai-nos do vosso azeite, porque nossas lâmpadas estão se apagando!

Porém, as prudentes responderam: Talvez não haja bastante para nós e para vós. Ide antes aos que vos vende e comprai para vós.

Enquanto foram comprá-lo, veio o noivo e as que estavam prontas entraram com ele para as bodas e fechou-se a porta!

Depois vieram as outras virgens disseram: Senhor, Senhor, abre-nos a porta!

Mas Ele respondeu: em verdade vos digo que não vos conheço.

Portanto, vigiai, porque não sabeis nem o dia, nem a hora.


(Matheus XXV, 1/13)

Parábola bastante estranha esta, quando afirma que haviam dez virgens e um único noivo! Mais estranho ainda o fato de as noivas não conhecerem o noivo que deveria vir numa hora ignorada e encontrá-las - vejam só - aguardando-o com uma lâmpada na mão!

Diz ainda a parábola
que cinco delas eram prudentes e cinco eram néscias. Estas não levaram o azeite suficiente para manter a lâmpada acesa até a chegada do noivo. (Naquela época não existia luz elétrica)

É dito que um grito anunciou a chegada do noivo e as prudentes entraram para as bodas e fechou-se a porta. Vindo as néscias, que foram comprar azeite, elas pediram que a porta fosse
aberta, mas o Senhor lhes disse que não as conhecia e que deveriam vigiar, porque não sabiam
o dia, nem a hora.

Procuremos entender a simbologia feita por Jesus entre o reino dos céus e as virgens néscias e
prudentes -- e a espera do noivo com a lâmpada acesa na mão.

Em nossas vidas, costumamos sempre colocar a nossa felicidade futura, em um novo emprego, ganhar na loteria, obter na vida
sucesso, no casamento ou aposentaria. Em fim, algo subjetivo, pessoal, guardado em nossa mente, mas nunca em realizações espirituais.

Numa outra parábola, o Mestre compara os homens a árvores que dão bons e maus frutos. Aqui os compara a noivas a espera do casamento, que é uma promessa de felicidade, porque na vida do espírito ele representa o objetivo final do ser na sua longa peregrinação para alcançar a união com o seu Criador. Quando livre das cadeias dos mundos de expiaçao e provas, passa a viver na eternidade.

Já dizia Salomão em seus famosos provérbios que

"o temor do Senhor é o principio da sabedoria e a ciência dos santos, a prudência."

Jesus considera prudentes as pessoas bondosas, as que estudam, pesquisam e lutam de todas as formas para que as experiências terrenas iluminem o seu caminho e não seja surpreendida quando do chamamento divino.

Desse fato, o reino de Deus - e não poderia ser de outra forma - não comporta a presença de néscios, mas de sábios, mestres de todas as artes, ciências e filosofias, para que possam colaborar na manutenção dos mundos Criados por Deus.

O espírito humano é criado simples e ignorante e no suceder das encarnacões, marcha para desenvolver a inteligência, a bondade, integrar-se no reino de Deus. Mas enquanto uns nessa marcha se esforçam, lutando contra suas más tendências e sua ignorância, procurando entender a vida e obedecer as leis de Deus, outros, os néscios, no dizer do Mestre, ficam apenas esperando por esse dia que ninguém sabe quando virá, sem nada fazer, adormecidos na vida. Para eles as portas dos céus estão fechadas e de nada adiantam os seus gritos para que se abram.

De que adianta pedir aos céus sabedoria, paz de espiríto e amor, se nada fazem para obetê-los?

É infantilidade tecer louvores ao Criador e esperar a felicidade de mão beijada. É necessário segundo Jeus, usar a prudência, conquistando-a na luta diária em prol do bem, colocando luz em nosso espírito!

Candeeiro, assim, é o espírito humano, que deve ser alimentado sempre com o óleo da sabedoria para iluminar a vida e, um dia, quando ele tiver afinidades com o amor divino, terá as portas do céu abertas para efetuar o casamento com a divindade eterna.

Sem afinidade não existe casamento verdadeiro, nem na terra, nem no céu. Vigiar é, pois, o esforço que o Cristão deve fazer par aprimorar-se sempre para entrar o mais breve possivel no reino de Deus, pleno de amor e sabedoria.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

As núpcias de Canaã

Toda mensagem evangélica se reveste de um simbolismo próprio, a fim de ocultá-la de olhares profanos, que não entenderiam seu real valor. O apóstolo João, da escola Grega que dava valor a essa forma de escrever, inicia o seu Evangelho sobre o ministério de Jesus expondo sobre a encarnação do verbo, cuja vida é a luz dos homens e do qual ele dá testemunho na cerimônia de batismo à beira do Rio Jordão. Refere-se, a seguir, sobre uma viagem que Jesus teria feito a Canaã, com sua mãe e seus discipulos, para assistir a uma festa de casamento.

Nessa festa, a cristandade alega ter ele feito o seu primeiro milagre, pois teria transformando água em vinho.

Todavia, como destaca Kardec na "A Genese", deveria ele ter sido um dos mais
notados, mas, ressalta, bem pouca impressão parece ter produzido, porquanto nenhum outro evangelista dele trata ou menciona. Fato tão extraordinário era para deixar espantados, no mais alto grau, os convivas e, sobretudo, o dono da casa, os quais, todavia, parece que não o notaram. Conclui Kardec que, a seu ver, o fato não ocorreu -- e que seria racional se reconheça aí mais uma parábola de Jesus.

De fato, não cremos que Jesus tenha vindo ao mundo como mágico de feira, para transformar água em vinho. Seria também uma tremenda falta de bom senso dar mais bebida aos convivas, talvez já alcoolizados no final da festa. Sua mãe, é sabido, desconhecia sua elevada missão terrena, por isso não tem sentido pedir que fizesse nessa festa exibições e demonstração de poder!

Tentemos descerrar o véu alegórico dessa historia. Sabemos que a terra de Canaã foi prometida por Deus a Abraão e seus descendentes: a raça humana. É o mundo da luz, da beleza, da alegria, da paz. Belo intróito do apostolo!

A conquista desse mundo pelos homens, porém, sómente se dará com o casamento, na união perfeita dos seres com o seu Criador. O milagre da ressureição
do espirito diante da vida, após a cerimônia do batismo, ou a plena aceitação da sua origem celestial.

Assim como Abrão, no principio das coisas, obedecendo a ordem Divina, sai da sua terra, abandona a parentela, e faz sua peregrinação por lugares inóspitos, o espirito humano, atedendo à lei do progresso espiritual, deixa no espaço, sua pátria, seus parentes e amigos e mergulha num corpo, no vaso de purificacão da vida. Muda de nome, como fez Abraão, e com todos os seus familiares, os seus vícios e imperfeições, aos quais se afeiçoou no passado, procura na reencarnação livrar-se dessas impurezas.

Necessita do casamento com a luz, o entendimento espiritual.
Essa a finalidade grandiosa da peregrinação do espirito humano pelos pedregosos caminhos terrenos: obter mais luz, mais sabedoria. É a vida na terra da promissão, onde no vaso purificador da carne, que durante toda uma existência de tropeços, dificuldades, se transforma assim em outro elemento, mais puro, mais saudável. Muda de água para vinho, como na parábola.

Mas isso só é possivel, no dizer do apóstolo João, com a ajuda de Jesus, com a prática do bem e do amor ao próximo, com a perfeita integração na sua doutrina de amor e bondade. Só ele ilumina os seres: é o caminho, a verdade, a vida.

O noivo, o ser em ascensão, ao retornar ao plano espiritual, de onde saiu para as lutas terrenas, exibirá suas conquistas aos convivas, a parentela que lá deixou quando encarnou-se procurando a elevação espiritual. Brindará somente com o vinho que obteve. Se foi feliz no seu desiderato, o Mestre de cerimônia, seu mentor e protetor responsável pelo seu progresso regozija-se: "Isto é coisa muito boa! Não gastou a existência em futilidades para ficar, ao final, ácido ou azêdo, mas tornou-se, com a prática do bem, com Jesus no coraçao, mais puro, melhor, com o perispirito acessivel às clarinadas de luz que emanam do seio de Deus.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Discurso para Gregos

É mencionado no capitulo 12 do Evangelho de João que após a entrada messiânica de Jesus em Jerusalém , quando a multidão ia ao seu encontro, alguns gregos, que também tinham ido para as festividades da Páscoa, desejavam vê-lo. Os apóstolos André e Felipe fizeram a apresentação e o Mestre, sem mais nem menos, foi dizendo:

"É chegada a hora em que será glorificado o Filho do Homem. Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo que cai na terra não morrer, permancerá só; mas se morrer produzirá muito fruto. Quem ama a sua vida a perde e quem odeia a sua vida neste mundo guarda-la-á para a vida eterna. Se alguém quer servir-me, siga-me; e onde eu estou aí também estará o meu servo. Se alguém me serve, meu Pai o honrará. Minha alma está agora conturbada. Que direi? Pai, salva-me desta hora? Mas foi precisamente para esta hora que vim. Pai, glorifica o teu nome. "

Lendo esta narrativa do apóstolo e sua continuação havemos de convir que, para muitos, isso é bem um discurso para gregos. Não se entende nada do que ele disse. E ficamos pensando: será que os visitantes gregos que procuraram o Mestre entenderam e ficaram satisfeitos com o que lhes foi dito? Procuremos sua interpretação.

Na Grécia ensinava-se, através dos mitos, que existia uma potência absoluta ( Deus para nós). Ela se manifestava através do Logos (Criador do Cosmo), o qual seria de duplo aspecto, masculino e feminino. Da união nascera a mente salvadora e a alma universal, nomeadas como Dionísio e Perséfone. Esta última, descendo à terra acabou fracionando-se e ficando prisioneira da matéria que, com ilusões fê-la esquecer-se da sua origem divina.

Para salvá-la desceria à terra a mente salvadora que se ofereceria em holocausto às forças inferiores (a matéria) para conseguir a libertação da alma das criaturas, elevando-as novamente aos planos superiores e divinos.

Disse ainda Jesus naquela ocasião aos Gregos: "E agora o julgamento deste mundo. Agora o príncipe deste mundo será lançado fora; e quando eu for elevado da terra, atrairei todos a mim".

Se desfaz assim a ideia de que Jesus teria ignorado os Gregos que queriam conhecê-lo e dito o que bem entendeu. Ao contrário, recebeu-os gentilmente explicando, na linguagem que lhes era bem familiar, quem era, o que fazia e qual o seu objetivo.

Os visitantes Gregos entenderam perfeitamente o pensamento de Jesus.


Ele esperava, com o seu sacrifício, que anunciara para breve, despertar nas criaturas a clara noção
de sua origem divina, resgatando-as das ilusões da vida material para a felicidade eterna. Bem claro lhes ficou, desse encontro que Jesus era de fato um enviado divino em missão na terra.

Desde então, todos os que estão enterrados no claustro da matéria, angustiados, aflitos e doentes, desiludidos e ansiando por libertarem-se da ilusões terrenas, e que clamam por Deus e pela salvação, são sempre atraídos para a doutrina amorosa e pela luz inconfundível que emana de Jesus, que os eleva aos céus, tornando-os, como prometeu, "Filhos da Luz".

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Lições de vida

Um dia um avarento pediu conselhos a um sábio. Este conduziu-o para junto de uma janela e disse:

- Olhe por ai e diga-me o que está vendo
- Povo! respondeu o rico homem.

Depois o sábio levou o usurário até diante de um espelho.


- E o que vê agora? Indagou

- Eu mesmo! Foi a resposta.
- Pois bem! Retornou o sábio. Na janela há um vidro e no espelho também há um vidro. Mas o vidro do espelho está coberto por uma fina camada de prata (argent) e por causa desse pouco de prata o senhor deixa de olhar para os outros e só consegue ver a si próprio.