sexta-feira, 19 de março de 2010

FALSOS PROFETAS



Kardec esclarece no capitulo XXI do Evangelho segundo o Espiritismo que se atribui ao profeta o dom de revelar coisas do futuro. É com essa finalidade que muitas pesoas procuram atualmente os Centros Espiritas, como antigamente procuravam as pitonisas e profetas, para saber do futuro: se vai se casar e com quem; se deve vender o negócio ou esperar; se arrumará emprego; se irá se curar; para saber como está o falecido, e mil outras informações. Pensam que o médium é um telefone contactado como além.

Mas não é essa a função da doutrina dos espiritos codificada por Kardec. Sua principal tarefa é demonstrar a continuidade da vida e a necessidade que todos têm de fazer uma reforma intima, assim como faziam os profetas da antiguidade, e ensinar o povo dando exemplos de fé e bondade. Os profetas somente vaticinavam dores e alegrias, quando obedeciam as leis de Deus.

Prevendo o que ocorreria no futuro, mandou o Mestre Jesus que tomássemos cuidado com os que, de forma manhosa, querem nos tirar do caminho. Os conheceremos pelo que fizeram no passado, ou estão fazendo no presente. Ou seja, pelas obras. Toda árvore boa dá bons frutos. A árvore má não dá frutos.

Jesus era conhecedor do futuro do planeta e o seu processo de evolução; sabia que, em alguma época, apareceriam espíritos encarnados que iriam se titular representantes ou emissários de Deus na terra quando disse: "Se levantarão falsos Cristos e falsos profetas que farão prodigios e sinais espantosos, para enganarem até mesmo os escolhidos".
Precisamos por isso, ao lidar com os espíritos, invisiveis aos nossos olhos carnais, tomar muito cuidado com aqueles que se intitulam mentores ou guias no Centro onde frequentamos. Nosso mentor é um só: Jesus. Tudo o que for contrário aos seus ensinamentos deve ser rejeitado. Dizia Kardec que devemos recusar muitas verdades, caso entre elas houver uma única mentira.

Lembremos de Jim Jones, chamado de missionário americano que, com promessas de um céu para todos, levou a morte milhares de pessoas, por auto envenenamento, pois acreditaram em suas visões fantásticas.

A nossa meta deve ser a do progresso constante em todas as coisas, foi para isso que viemos: aprimorar nossas qualidades morais e intelectuais e não para ficarmos presos a sistemas e pessoas que nos levem a outro caminho.
Precisamos ser honestos e deixar de fazer barganhas com a Divindade, fazendo coisas para obter suas graças ou o atendimento dos nossos pedidos. Isto só nos levará aos falsos profetas do além.

terça-feira, 16 de março de 2010

COISAS QUE NÃO SE ESQUECEM



Certa ocasião, conversando com minha irmã Enid a propósito das esperanças e consolos que vêm com doutrina dos espíritos, que nós professamos, ela recordou um fato que presenciou quando visitamos, numa caravana de jovens, o leprosário de Pirapitingui. Levamos, além de mantimentos, palavras de conforto e cantos de alegria que o coral da juventude transmitia aos presentes.

Disse-me ela -- e eu desconhecia completamente o fato -- que naquela ocasião veio sentar-se bem ao seu lado no auditório a esposa de Jesus Gonçalves, presidente do Centro Espírita daquela Colônia, e que seria o orador do dia. Esta senhora era muito amável, e o seu caso (hanseníase) estava bem adiantado, tendo parte do nariz e as mãos corroídas pela doença.

Depois que terminou a palestra, e enquato se dirigiam para para o refeitório, ela voltou-se para a Enid e disse estar vendo ao seu lado dois espíritos que gostavam muito dela. Eram duas moças sorridentes que foram, quando encarnadas, suas amigas que faleceram cedo e descreveu-as como sendo uma alta, risonha, e a outra mais baixa, de cabelo curto. A mais alta disse chamar-se Evanilde e estava pedindo para que falasse com o seu esposo para sair do abatimento e recomeçar sua vida. Ele iria encontrar uma nova companheira, com a qual se casaria e teria a filha que não tiveram quando estavam juntos. Disse mais: que deveria preparar-se para um grande golpe que ainda estava por vir trazendo-lhe um grande sofrimento, mas que ela estaria sempre ao seu lado, ajudando-o.

Continuando, disse que a outra moça chamava-se Irma mas corrigiu e informou que o nome dela era Wilma. Disse-lhe que quando do seu falecimento minha irmã teria, contrariando sua mãe, feito questão de vesti-la com um vestido novo, cujas cores descreveu. Ela desejava dizer da sua gratidão por esse gesto de carinho para com ela. O fato de Dona Ninita (era assim que ela se chamava) descrever as moças, sua relação com elas, os nomes que só ela conhecia, deixou a Enid profundamente abalada. Essa revelação ficará para sempre em sua memória. Talvez por isso jamais teve medo da morte e tem grande confiança no futuro. Bendita mediunidade que traz os nossos entes queridos para perto e nos acena com um mundo melhor e mais alegre!

terça-feira, 9 de março de 2010

VISÃO INTERIOR

Conhecem só o que é momentâneo
B.Gita

A visão interior somente surge na pessoa após uma elevada soma de existências, nas quais o espirito é burilado pelas circunstâncias que seu grau evolutivo criou.
É fácil de se comprovar observando-se a vida de um cego: ele nos causa compaixão e dó pelos inúmeros tropeços a que está sujeito quando se movimenta e pelas tremendas limitações do seu mundo exterior. Sua dependência é quase total. Ele aprende, desde cedo, a ter calma e o máximo cuidado no seu viver diário, prestando atenção em tudo o que faz, pois não sabe o que irá encontrar pela frente. Com o tempo porém fica um pouco mais a vontade no seu mundo, nele se acomodando.
Os que enxergam lamentam essa situação e bem gostariam de dar-lhe visão a fim de que pudesse usufruir de um mundo fantástico, infinito e perfeito em tudo: luzes, cores e formas. Narrar a um cego as belezas da natureza é tarefa muito ingrata pela falta absoluta de termos de comparação .
É tarefa ingrata também fazer as pessoas carentes de visão interior, compreender a grandiosidade do mundo que as espera, num futuro próximo, quando experiências necessárias fizerem surgir a sua terceira visão. Entrementes, limitadas que estão desse conhecimento, viverão neste mundo somente o momento presente, no qual se comprazem e no qual se movimentam, desacreditando possa existir outro, pois não o veêm.
Essa falta de visão faz com que não percebam os perigos a que estão expostas e, quando advertidas, não crêem. Quando se machucam clamam pela proteção divina.
O mundo está cheio deles. É o caso do fumante que não consegue ver as consequências fatais que ele terá no futuro; ou o habito de beber alcoólicos em demasia, da ingestão de gordura animal, das necessidades higiênicas e dos inúmeros cuidados fisicos recomendados pela medicina e ciência oficial, que a maioria teima em ignorar.
Além dos perigos físicos, acrescente-se a irreligiosidade e sua coorte nefasta de desatinos que o orgulho, a prepotência, o ciume e a inveja trazem consigo, de consequências também inevitáveis no futuro, ocasionando quedas dolorosas na elevação do ser eterno.
Jesus costumava dizer " os que têm olhos de ver que vejam e os que têm ouvidos de ouvir que ouçam" -- o que parece estranho e um contra-senso a alguns. Na verdade. pode-se ter bons olhos e não ver e ter ouvidos mas não ouvir, porque deve-se ter visão e ouvidos interiores para se enxergar e compreender certas coisas. Jesus dizia que se um cego conduzir outro cego, ambos caiarão no buraco; estava bem claro que ele se referia à falta de visão do espírito, que é a de quem enxerga não com a visão do corpo pois esta é mero instrumento da existência física.
Conhecer somente o que é momentâneo é viver como as crianças, ignorando o futuro, os perigos e desconfortos que o mau uso do presente trará um dia.

quarta-feira, 3 de março de 2010

PEDIR E OBTER - a eficácia da prece


Para que uma pessoa se apresente como cantor, deve ela respeitar as condições requeridas pelo ato que vai realizar, tais como conhecer canto, saber a letra da musica, o tom, e ter a voz educada para o tipo de musica que vai cantar. Se um ato banal, como é o cantar, requer tanto de uma pessoa, o que dizer se ele pretende falar com Deus. Para se falar com uma simples autoridade policial a pessoa coloca-se em atitude própria, respeitosa. Tudo, enfim, exige uma determinada postura. E orar também. Jesus definiu claramente as condições para se orar a Deus.

a) Antes de orar verificar se temos qualquer coisa contra alguém. Se tiver devemos nos recompor, perdoando. É o mesmo que limpar-se primeiro, colocar-se em condições próprias.
b) Orar em secreto, isto é, entrar no aposento e fechar a porta; fazê-lo de forma íntima, com profundo amor e entrega total. Lembrar-se da parábola das virgens e dos noivos.
c) Não falar muito, porque o importante não é o falar, mas a sinceridade que se expressa na oração, através do pensamento.
d) Não se comparar a ninguém. Procurar antes os defeitos próprios que enfeiam o caráter, evitando cobranças, reclamações, ou preocupações com a vida do próximo.

A eficácia da prece
Lógico que o mundo é regido por leis imutáveis, eternas, e que não se podem anular aos caprichos de cada um. Devemos entender que se alguma coisa nos perturba é porque não compreendemos a sua origem e nem atinamos com a sua finalidade. Então, se o sofrimento presente, que nos incomoda e perturba, for útil para a felicidade futura, ele 0 será tirado só porque oramos e pedimos a Deus. Pelo fato de uma operação ser dolorosa não deixará o cirurgião de fazê-la se isso for para o bem do paciente.

A vida nos é dada para experiências, umas tristes, outras desagrádaveis, muitas dolorosas, mas todas elas com o único objetivo de nos fazer progredir. Dessa forma, a prece tem como finalidade primeira, agradecer e louvar a Deus, nosso criador, pela oportunidade da reencarnação e a presença em nossas vidas de todos os que nos cercam -- porque é esse o ingrediente que, com as dificuldades do momento, nos fará progredir, se suportarmos sem queixas. A finalidade principal da prece é buscar, nesse contato superior, paciência e coragem para aceitar, de bom grado, todos os percalços do caminho e criar, ao mesmo tempo, condicões para uma vida melhor no futuro.

Para bem compreendermos a ação da prece, é necessário entendermos que todos os espiritos - encarnados ou desencarnados - estão mergulhados no fluido cósmico universal, que preenche todos os espaços. Esse fluido é movimentado pela nossa vontade. Seria como as ondas de rádio, que cruzam a atmosfera penetrando em todos os ambientes, levando as transmissões de todas as estações do globo. Se tivermos aparelho receptor poderemos capta-las na faixa que nos situamos.

Quando fazemos uma prece, dependendo do grau de pureza, ela é captada pelos espíritos superiores que nos ajudam a superar a crise momentânea, ou a ignoram, quando o motivo é fútil e não atende aos interesses superiores do nosso progresso. Assim, quando o pensamento se dirige a algum ser se estabelece entre eles uma corrente fluídica que transmite o pensamento. A pessoa receberá, se estiver em condições. Isso entre nós é muito difícil por causa do nosso pensamento ser muito dispersivo.

Devemos considerar, ainda, que os males da nossas vidas, tem duas categorias: uma que não podemos evitar (as provas) e a outra os males que nos provocamos pelos nossos excessos e falta de visão do futuro, que são maioria. Fácil entendermos que a ação da prece sincera serve para atrair forças para resistirmos às provações e obter orientação na vida. Sempre seremos atendidos. Os amigos espirituais nos orientam. O que ocorre, porém, é que a maioria das vezes, não damos ouvido aos seus conselhos e desejamos milagres -- ou seja, obter coisas sem esforço.

Como se , o poder da prece está no pensamento e não depende de palavras, nem de lugar, pois onde quer que estejamos seremos ouvidos. Mas se desejamos contato com espíritos superiores, devemos nos elevar, sintonizar com suas vibrações e por em prática suas orientações.