quinta-feira, 29 de abril de 2010

OS CONVIDADOS


Matheus e Lucas narram no Evangelho as lindas parábolas que Jesus contou, quando ensinava no Templo, respondendo às perguntas feitas pelos judeus. Destacamos a do "Banquete Nupcial", na qual é dito que um rei, para a festa de casamento do seu filho, mandou os servos convidarem pessoas ilustres do reino -- mas estas não quiseram vir.

O rei, com muita paciência, tornou a enviar outros servos, agora avisando que já preparara o banquete e tudo estava pronto. Os convidados não deram a menor atenção. Um foi para o campo, outro cuidar do seu negócio. Outros maltrataram os servos, inclusive matando-os.

O rei ficou com raiva, mandou suas tropas para destruir os homicidas, incendiando suas cidades. Depois mandou os servos saírem e convidarem para as núpcias todos os que encontrassem pelas ruas e encruzilhadas. Os servos reuniram todos os que encontraram, maus e bons, de maneira que o salão nupcial ficou repleto de convivas.

Quando o rei apareceu para receber os convivas, viu um homem sem a veste nupcial, obrigatória para aquele tipo de solenidade, que não soube explicar como havia entrado ali. O rei disse aos que o serviam: amarrem-lhe os pés e as mãos e lançem-no fora, nas trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes.

Esse convite deveria ser motivo de orgulho e satisfação pela deferência do monarca à pessoa do convidado e pela beleza da festa. O convite deveria ter sido aceito por consideração ao rei e porque o noivo, naturalmente, o sucederia no trono -- e não convinha fazer desfeita aos poderosos muito menos maltratado ou matando seus arautos. Entretanto, por mais absurdo que possa parecer, eles não aceitaram o convite.

O fim que tiveram representa o resultado do confronto entre o bom senso e a ignorância dos homens que insistem no desrespeito às leis Divinas, de amor uns pelos outros.

No caso em questão, Jesus se referia particularmente aos judeus de sua época, que foram os primeiros a serem convidados ao banquete divino e que no decorrer dos anos não deram ouvidos aos profetas para atender aos materialistas de todos os tempos que se esquecem de Deus e só vivem para os seus negócios terrenos.

Consideremos agora que o casamento no nosso plano material é tido como um momento extremamente importante da vida no qual duas pessoas se unem, prevendo um futuro de felicidades -- mas que pode não dar certo.

No plano espiritual é diferente; lá, vamos nos unir ao Criador, num mundo superior, onde a alegria é eterna. Na terra há apenas uma promessa de felicidade, que muitas vezes não ocorre.

Deus vem convidando seus filhos ao arrependimento há milênios e os convidados, que somos nós, recusamos o convite. Mais: ignoramos os que nos incitam à paz, ao amor fraterno, à elevaçao espiritual. Preferimos aumentar o nosso patrimônio material em negócios, no trabalho, e esquecemos de dar a devida atenção à parte espiritual.

Quantos apóstolos da paz, antes e depois de Jesus, foram pisoteados pela materiallidade humana. Matamos Jesus e os antigos profetas, para calar suas bocas, uma vez que deixavam às claras a hipocrisia quando falavam de Deus.

Precisamos ficar atentos, porque na hora do banquete, de nos apresentarmos no mundo maior, só seremos aceitos se estivermos usando a túnica nupcial, ou seja: o coração puro, cheio de amor e paz, caso contrário, seremos enxotados para mundos inferiores -- onde só haverá dor e sofrimento, como aqui na terra.

terça-feira, 20 de abril de 2010

O NECESSÁRIO PARA SALVAR-SE


O que é necessário para salvar-se? É ter fé, esperança ou caridade? As três virtudes são importantes, mas a maior delas é a caridade, porque ela é o oposto do egoísmo, do orgulho e está ao alcance de todas as pessoas, sejam elas ricas ou pobres, cultas ou ignorantes. Mais: independe da crença pessoal. Porém, é difícil de colocá-la em pratica.

Indagado por Kardek, o Espírito da Verdade, no Livro dos Espíritos (na pergunta 886), sobre qual seria o sentido da palavra caridade, ele respondeu que é "a benevolência, indulgência para as imperfeições alheias, perdão das ofensas. Tratar os nossos semelhantes como gostaríamos de ser tratados". Jesus, por sua vez, declarou que "devemos nos amar uns aos outros".

O assunto é bem explicado por Paulo, que na carta aos Corintos, ao perceber que a comunidade dava preferência a determinados médiuns. Então fez um hino a caridade, que diz:

"Ainda que eu falasse línguas, a dos homens e a dos anjos, se eu não tivesse caridade, seria como o bronze que soa, ou como um címbalo que tine. Ainda que eu tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda ciência, ainda que tivesse toda fé, a ponto de transportar montanhas, se eu não tivesse caridade eu nada seria. Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse o meu corpo às chamas, se eu não tivesse caridade , isto de nada me adiantaria. A caridade é paciente, a caridade é prestativa, não é invejosa. Não ostenta, não incha de orgulho. Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê. Tudo espera, tudo suporta. A caridade jamais passará. Quanto às profecias, desaparecerão. Quanto às línguas, cessarão. Quanto à ciência também desaparecerá, pois o nosso conhecimento é ilimitado e limitada é a nossa profecia. Mas quando vier a perfeição o que é limitado desaparecerá".

Fora da caridade não há salvação é o lema da doutrina dos espíritos, pois ela é enaltecida por todos os espíritos de escol que ajudaram Kardec na compilação do Livro dos Espiritos, conforme se vê no Evangelho. É importante compreender issso, pois todas as religiões se dizem salvadoras dos homens.

Na verdade ninguém está perdido, sem salvação, porque as leis divinas são sábias e protegem a todos, sem distinção. Todavia o caminho mais curto para se chegar à perfeição, a Deus, é a prática da lei de justiça, de amor e caridade, sendo esta última a mais difícil de ser cumprida por nós, porque ela abrange todas as relações com nossos semelhantes, inferiores e superiores.

Em "Palavras da vida eterna", explica Emannuel que "salvar-se" não é subir ao céu com as alparcatas do favoritismo religioso, mas sim, converter-se ao trabalho incessante no bem, para que o mal se extinga no mundo.

sábado, 10 de abril de 2010

O SEMEADOR


"Ouvi. Eis que saiu o semeador a semear.
E, ao semear, uma parte da semente
caiu à beira do caminho e vieram as aves e a comeram.
Outra caiu em um solo rochoso, onde a terra era pouca,
e logo nasceu, visto não ser profunda a terra.
Saindo porém o sol a queimou e porque não tinha raízes secou.
Outra parte caiu entre os espinhos
e os espinhos cresceram e a sufocaram e não deu fruto.
Outras, enfim, cairam em boa terra
e deram fruto que vingou e cresceu,
produzindo a trinta, a sessenta e a cem por um."
Jesus


Eis que saímos todos nós, em cada existência na terra, a semear, tendo sempre por objetivo único obter uma boa colheita que nos permita, com seu produto, mudar de vida, viver com mais alegria e menos sofrimento, em mundos melhores.
Mas trazemos, ao nascer, as sementes obtidas em anteriores peregrinações no campo do Senhor, que mais das vezes não podemos nos ufanar sejam de muito boa qualidade -- por isso nossas vidas se apresentam cheias de percalços. Recomenda-se, então, bastante cuidado com o que estamos plantando no presente, vigiando sempre o plantio, porque é isso que colheremos no porvir.
O terreno, a qualidade do solo, as circunstâncias climáticas alteram-se constantemente a cada existência em que somos chamados pela lei da reencarnação, ao plantio na seara do Senhor e, com isso, vamos nos enriquecendo de conhecimentos, superando as dificuldades.
Alguns até aprenderam que em terreno inculto só nascem urzes!
Assim, quando querem colher flores, desfrutar da beleza das suas formas, do colorido, do perfume, preparam bem o terreno para que elas venham surgir, um dia, radiosas, embelezando o ambiente.
Essa a nossa vida. Todavia, muitos, vendo não percebem e ouvindo não entendem que a cada qual é dado segundo as suas obras, na mais rigorosa justiça divina.
Para ter uma vida feliz, sadia, necesssario se faz ter trabalhado e ganho com esforço próprio, no terreno do Pai Celestial.
Deixar-se ficar, como muitos, à beira do caminho da vida, chorando, reclamando, nenhum beneficio trará, e muito menos enfiar a cabeça na terra, como avestruz, ignorando as leis divinas, ou deixar-se sufocar pelas ilusões da existência, sem trabalhar no aprimoramento espiritual.
Se pretendemos a felicidade, só existe um caminho: plantá-la.
Distribuamos, na vida, por onde passarmos, as sementes da alegria, do sorriso franco, do amor ao próximo.
Perdoemos as ofensas, compreendendo que nos prejudicam, e
"porque não sabem que é a si mesmo que estão fazendo".
Amemos, de todo o coração, a nós mesmos e ao próximo, fazendo o bem largamente. Quando, amanhã, chegar o dia de colher essa messe, agradeçamos a Jesus, o Divino Mestre, que nos ensinou a plantar amor para colher amor.