quinta-feira, 25 de novembro de 2010

ESQUECIMENTO DO PASSADO


O Livro dos Espiritos, ao tratar da lei do progresso, esclarece que o homem deve progredir sem cessar, em moral e inteligência, o que ele faz por meio das sucessivas encarnações. Todavia muitas pessoas duvidam disso porque, dizem elas, não se lembram de ter vivido antes. Esse passado não existe para elas.
O assunto é explicado por Kardec no Evangelho segundo o Espiritismo, de forma mais ampla e com muito bom senso. Primeiro, porque Deus - a inteligência suprema - assim o determinou e também porque é bom para nós. A lembrança do passado seria um verdadeiro entrave ao nosso progresso porque a maioria de nós não tem dele o que se orgulhar, ao contrário, se estamos encarnados é para retificar erros. Com as lembranças das vidas pretéritas tudo o que aprontamos de errado voltaria a nos humilhar, ou por outro lado, exaltaria o nosso orgulho, de vez que comumente o espírito renasce no mesmo meio em que viveu antes. É fácil ver quão dificultoso seria para uma pessoa que tivesse sido rica numa existência ver-se, na seguinte, pedindo esmolas para sobreviver; ou que fosse sadia e voltasse doente. Tais casos são muito comuns.
O que seria daquele que abusou do poder das palavra para ludibriar o próximo e se visse mudo, ou gago, tolhido de falar, ou que tendo abusado da sua saúde se visse, na seguinte, doente desde a tenra idade. O que dizer dos suicidas, que perdem a vida precocemente na outra ecarnação. Como conviver com aqueles que odiaram? Tudo isso traria enormes prejuízos às relaçoes sociais e só prejudicaria o seu progresso.
Quando morremos levamos conosco tudo aquilo que somos e voltamos com o que foi adquirido em inteligência e moral, gravados nos. Uma vida é um novo ponto de partida, nada importando o passado. Devemos progredir e vamos corrigir nesta o que fizemos de errado na outra. Esse é o objetivo da vida. Cada um de nós está no ponto que conseguiu atingir e como o progresso é infinito, devemos nos esforçar para nos melhoramos cada vez mais. É a Lei.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

NA SENDA DO CRISTO


Todos nós procuramos na vida os caminhos mais fáceis, mais alegres e pitorescos, mas em termos de estudo não podemos sair da trilha determinada pelo professor e orientador e também não podemos recursar a matéria ou problema que nos é recomendado. Quantos de nós odeiam a matemática mas precisamos aprenedê-la. Os que abandonaram a escola, permanecem com formação incompleta e sempre vão necessitar do auxílio dos outros.
Em matéria religiosa acontece a mesma coisa. Temos que seguir o roteiro traçado pelos Mestres, os quais, para chegar onde estão, por ele transitaram. Os que fogem desse roteiro precisarão de auxílio no futuro, como o aluno que fugiu da matemática.
A humanidade terrena, em épocas apropriadas, teve os seus Mestres, que baixaram à terra para ensinar aos homens como viver e progredir, objetivando um mundo melhor. Há seis mil anos Moisés deixou gravadas numa tábua, as leis divinas que conduziriam o homem a uma vida bem melhor. Tem apenas 10 mandamentos a lei de Deus a ser cumprida pelos homens. Aqueles que seguiram Moisés estão hoje habitando mundos mais evoluídos, lugares maravilhosos da casa do Pai celestial. Os rebeldes, os que não cumpriram as Leis, não fazendo a lição passada, estao ainda por aqui, como repetentes.
Há 2 mil anos surgiu na terra o principal e único paradigma dos homens: Jesus. Aqueles que o seguiram encontraram o caminho da felicidade eterna. Nenhum caminho para a ascensão espiritual é coberto de flores. São sempre cheios de urzes e espinhos. A funcão do Mestre é mostrar ao aluno o melhor roteiro -- e foi o que fizeram esses mensageiros de Deus que passaram pela terra.
Se não estamos contentes e felizes na nossa vida atual é porque não temos levado a sério as recomendações desses Mestres e nos perdemos num cipoal de doutrinas estranhas para conquistar a felicidade.
Jesus dizia: qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim, não pode ser meu discípulo. Jesus recomenda a todos os seus seguidores a amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, ou seja reverenciar nosso Criador e considerar todos como nossos irmãos. Mas ao nascermos simples e ignorantes, damos sempre vazão aos sentimentos menos dignos nos distanciando das verdades proclamadas, tornando nossos problemas difíceis de serem resolvidos sem a ajuda do próximo. Somos alunos que não fizeram a lição.
Hoje estamos aqui na doutrina dos espíritos, que é a manifestaçao dos que nos precederam no túmulo, buscando as razões pelas quais sofremos. É ela uma doutrina que, pela lógica e o bom senso, nos reconduz ao Mestre Jesus, fazendo-nos tomar nossa cruz e seguí-lo. Devemos tomar atitudes essenciais para seguí-lo.
Emmanuel na lição 18 do livro Palavras da Vida Eterna, esclarece quais seriam essas recomendações de Jesus de "qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim, não pode ser meu discípulo". Diz ele que muitos acreditam receber nos ombros a cruz das próprias obrigações, mas fogem do caminho do Cristo e muitos que desejam seguí-lo recusam o madeiro das obrigações que lhes cabe, ou seja: andam por outros caminhos. Estes são os que fazem a lição ao seu modo e não como manda o Mestre. Os primeiros dizem aceitar o sofrimento, mas vivem agressivos e desditosos, espalhando desânimo, azedume e pessimismo por onde passam. O segundos crêem respirar na senda do Cristo, mas abominam a responsabilidade e o serviço aos semelhantes, dando-se ao escárnio e leviandade, embora saibam interpretar as lições do Evangelho, apregoando-as com arrazoados enternecedores.
Tem alunos assim: sabem que precisam estudar, vão a escola, mas reclamam de tudo e de todos, sempre chorando; e tem aqueles que sabem o que representa o estudo na vida, apregoam a sua importância, mas a ele não se dedicam e nem gostam de certas matérias obrigatórias.
Por isso encontramos neste grande educandário que é a terra, aqueles que se agarram ao ócio, mas vivendo e reclamando e se lamentando e outros menosporezando os dons e oportundades que a vida lhes oferece. É preciso, recomenda Emmanuel, abraçar a cruz das provas indispensáveis a nossa redenção e burilamento, com amor e alegria, marchando com o verdadeiro espírito Cristão de trabalho infatigável no bem, se aspiramos alcançar a comunhão com o Divino Mestre, e mais, não vale a pena sofrer, é preciso aproveitar o sofrimento. Não basta mostrar o roteiro, é imprescidível viver cada dia de acordo com a fé renovadora que nos orienta o caminho.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

LEI DE REPRODUÇÃO


Malthus, no século dezoito, impressionado com a miséria que grassava na Inglaterra, após estudar profundamente esse problema, chegou à conclusão que isso era ocasionado pela defasagem entre o crescimento populacional e a produção de recursos para alimentá-los.
Ele achava que a população aumentava numa progressão geométrica, enquanto os meios de subsistência aumentavam apenas em progressão aritmética.
Para resolver o problema pensava ele que deveria existir um controle da natalidade pelas autoridades, ou pelo menos pela própria população -- ambas soluções incompatíveis com a doutrina cristã. Outros recursos foram por ele sugeridos, mas todos contrários à lei do progresso. Realmente é um problema muito grave. A China vem adotando o modelo mais radical, pois os casais só podem ter um filho e se o Estado souber que o casal vai ter dois filhos, fazem a mãe abortar, além de sofrer as condenações legais.
Mestre Kardec levanta esse assunto no Livro dos Espíritos quando trata da lei de reprodução. Indaga ele na pergunta 686:
-- A reprodução dos seres vivos é uma lei natural?
-- Isso é evidente, respondem os espíritos, pois sem a reprodução o mundo corpóreo pereceria.
Kardec insiste no assunto, afirmando na pergunta seguinte
-- Se a população seguir sempre a progressão constante que vemos, chegará um momento em que se tornará excessiva na terra?.
Responderam os espíritos que isso não ocorrerá pois
-- Deus a isso provê, mantendo sempre o equilíbrio. E dizem ainda, Ele nada faz de inútil. O homem que só ve um angulo do quadro da natureza não pode julgar a harmonia do conjunto.
A população até hoje continua em intenso crescimento. A população do Brasil triplicou em 10 anos, mas como bem ressaltou o Prof. Herculano Pires, na proporção em que cresce a população, aumentam as possibilidades de produção com aproveitamento de áreas antes improdutivas e as novas técnicas de plantio.
A preocupação de Malthus não tem razão de ser. O que nos deve preocupar, e muito, é o egoísmo dos homens. No Brasil existe um movimento chamado "sem terra" que é veementemente criticado por aqueles proprietários que possuem enormes glebas de terras improdutivas e que não autorizam o seu uso por eles. Essas terras são mantidas para ganhar melhor preço de venda no mercado. No continente africano, devido aos constantes conflitos armados em busca o poder, falta produção agrícola e o povo morre de fome. Brasil e Africa poderiam ser o celeiro do mundo.
Assim, vemos que o nosso maior problema é o próprio homem e o seu egoísmo, incapaz de praticar as leis de Deus, amando o seu próximo. Vive cercado de problemas, que ocasionam dores e sofrimentos, pelo simples fato de não ver no próximo um seu irmão.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A CASA MENTAL


Todos estão vivendo num mundo

de sua própria fabricação.

Pessoas existem nas maiores e melhores cidades do mudo, algumas vivendo em belíssimas mansões, servidas por numerosa criadagem e que, no entanto, se julgam infelizes -- algumas de elevadas posses, se suicidam. Por outro lado, existem aqueles que vivem em enxergas e pardieiros, felizes e contentes e, apesar da pobreza franciscana, estão cheios de esperança e fé no futuro. O que determinaria essa brutal diferença entre eles?
Parece-me que os abastados estão desejando a cada instante coisas materiais que lhes proporcionem maior prazer e alegria, ou situações que enalteçam sua vaidade. Às vezes abrem o caminho à força para atingir seus objetivos. Viram-se ora para um lado, ora pra outro e, sem um objetivo definido na vida, ficam ao sabor das circunstâncias do momento. Estabelecem barreiras politicas, éticas e religiosas que cerceiam a penetração em outros ambientes. Por fim se cansam dessa vida inglória, sem sabr ao certo o fim porque foram colocadas na terra e morrem, sem nada ter feito.
O mundo físico é igual para todos, pobres ou ricos, porque a matéria organizada obedece leis eternas. Todo ser tem um ciclo de vida em razão do ambiente em que se desenvolveu e do fim a que foi destinando pelo Criador. Além do corpo físico limitado ao seu ambiente, o homem, com o correr dos tempos, por ser muito egoísta e sem o domínio da mente, aferra-se a este mundo irreal e fica ao sabor das situações do momento. Suas idéias o fazem sofrer. Mas esse mundo subjetivo, mental, aquele em que cada um de nós vive, bem ou mal, alegre ou triste, foi criado por nós mesmos e está cheio de fantasias, medos, ódios, amores, e se moldou em tempos anteriores a este. São disposições pessoais do espírito imortal, é o fruto do seu progresso ou atraso mental na escalada da eternidade, e dá o tom pela maneira particular de encarar e ver as coisas no ambiente em que vive.
Logo, as alegrias e tristezas não procedem do ambiente em que se vive e nem proporcionam o que se chama felicidade mas é a disposição íntima, o pensamento, que dá a coloração à vida. Mudar de lugar, acercar-se de coisas e títulos, não traz bem estar -- que este não depende de onde se está ou do que se tem, mas do que se é.
É indispensavel ao progresso um controle emocional e mental, desde a mais tenra idade, para que as pessoas façam frente aos ambientes em que vivem e isso só é dado pelas religiões de vanguarda, que estudam e cantam a vida, sem aberrações.