sexta-feira, 2 de novembro de 2012

CARTA A TITO

Paulo, na carta a Tito, faz inúmeras recomendações sobre como ele deveria  agir na organização da igreja que fundara em Creta, e pela qual ele respondia. Primeiro para constituir presbíteros nas cidades , mas observar que não  fossem briguentos, beberrões, mas  bondosos  e hospitaleiros. 
Fala também dos deveres dos fiéis, que deveriam ser caridosos -- inclusive as mulheres --, e que ele particularmente deveria ser um exemplo para todos pela sua conduta íntegra na exposição da verdade, expressando-se numa linguagem digna e irrepreensível. 
A seguir, lembra dos deveres gerais dos fiéis que deveriam submeter-se às autoridades constituídas, obedientes e sempre prontos para qualquer trabalho. Não difamar ninguém mas serem delicados com todos. E recorda a Tito que "também nós erramos noutro tempo". 
A propósito de sermos delicados com todos, tratando-os com carinho e amor, Humberto de Campos narra uma passagem de Pedro bastante sugestiva. Conta ele que quando Pedro administrava a casa do caminho com outros discípulos, onde socorriam os necessitados e pobres, ele se aborrecia quando aparecia por lá antigos conhecidos que não tinham vida sadia, eles eram beberrões, briguentos, vadios, ladrões, mulheres de vida fácil e toda espécie de criaturas alheias à religião. Então apontava seus defeitos diante de todos e os menosprezava de maneira rude, humilhando-os por causa dos seus defeitos morais. 
Certa ocasião, após o contínuo trabalho do dia, sentou-se numa cadeira e cobriu o rosto com as mãos para meditar, e assim estava quando alguem chamou-o e ele disse bruscamente sem se mover, que o expediente estava encerrado e nada podia fazer. Ele notou que a pessoa se adiantara e ele viu seus pés que continham marcas de suplício. Tirando as mãos do rosto e levantando a cabeça ele divisou o Mestre Jesus à sua frente. Ele admirou-se e, levantando, disse da sua alegria em vê-lo, e perguntou no que poderia ser útil. 
O mestre disse  que desejava que ele tratasse todas as pessoas que o procurassem com carinho e amor, esquecendo o passado de cada uma, e vendo nelas um irmão necessitado de carinho e amor. 
O que Paulo recomendou é justamente isso: que devemos tratar a todos com amor e carinho, estar sempre dispostos a ajudá-los, sempre que for preciso. Emmanuel por sua vez, comenta esse trecho da carta de Paulo fazendo comparações bem apropriadas como a do martelo que colabora na feitura da estatua mas não deve bater no mármore indiscriminadamente. O remédio amargo que cura mas reclama da dosagem certa.Não devemos ter ações imprensadas; na terra somos milhões de espíritos imperfeitos. Se desejamos ajudá-los não podemos ser intolerantes, mas devemos nos cobrir da imensa dose de paciência e entendimento. 
Jamais atingiremos nosso objetivo apontando os defeitos do nosso próximo e pondo o dedo em chagas não curadas ao todo. Nós mesmos passamos pelos circuitos indesejáveis. Se nos encontramos com o desejo de ajuda ao próximo não sejamos promotores mas sim subamos na tribuna do sacrifício como advogados dos nossos irmãos falidos, pois eles querem como nós, alguem que os ajude.

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