segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

PRISÕES


Existem várias formas de prisões, das quais podemos destacar três delas:

a) a prisão física, na qual um indivíduo, tendo cometido um crime contra a sociedade é encarcerado num espaço do qual só pode sair após determinado tempo. Ele pode, porém, sonhar e ter esperanças;
b) a prisão mental, na qual a pessoa se crê livre mas, na verdade, está presa a um pensamento obsessivo, dominada por seres invisíveis que detêm o vôo do seu pensamento. É a mais triste e cruel porquanto não existe prazo para sair;
c) a prisão por achar-se perdido, por medo, alucinações, visões estranhas.

Isso tudo, quando ocorre, pode ocasionar a loucura ou levar a pessoa ao suicídio.

Para evitar que sejamos vítimas de qualquer dessas três prisões, devemos viver aprendendo a perdoar, ter muita compreensão e dar amor a todos os que nos cercam, próximos ou não. A luta é sempre contra as nossas imperfeições morais.

Na medida em que formos compreendendo Jesus e nos evangelizando, conquistando méritos, todos esses problemas que nos afligem estarão resovidos completamente. As nossas prisões são determinadas por nossas atitudes impensadas que geram o ódio -- e este impulsiona a retaliação e a vingança, que pode ocorrer quando o ofendido estiver encarnado ou desencarnado. Quando a pessoa tem consciência da própria culpa, torna-se presa f'ácil de ser obsidiada por seu inimigo. Por essa razão podemos dizer que
"os obsessores invisíveis são nossa obras, espinheiros plantados por nós" (Emmanuel).

Na verdade, a retaliação, em qualquer caso, não traz a paz ou a felicidade desejada, e o obsessor é um doente, atado a uma idéia fixa, quase sempre objeto de um amor desfeito, deslealdade sofrida, injustiças, ofensas, enfim os males que ele sofreu, ou julga tê-los sofrido.

Os nossos condicionamentos do passado são aproveitados pelo obsessor invisível, por isso o sofrimento surge em qualquer fase da existência, seja na infância, juventude ou velhice. Algumas vezes vem do plano espiritual:
"sutilmente, a principio, em delicado processo de hipnose, a idéia obsidiante penetra na mente do futuro hóspede que, desprovido de reservas morais, começa a dar guarida ao pensamento infeliz, incorporando-o às próprias convicções e traumas do passado, através de cujo comportamento dá lugar à manifestação ingrata e dominadora da alienação obsessiva. " (Joanna de Angelis).

A terra é uma enorme prisão, ou um grande educandário e hospital para tratamento dos que estão nela encarcerados, porquanto são seres imperfeitos, seres que ainda não têm domínio dos pensamentos e se maltratam mutuamente. Não aprendemos ainda a dar o devido valor para a necessidade de selecionar as ondas mentais que emitimos e as que captamos. Nisto reside todo o segredo da existencia humana.

Diz Eduard Carpenter, num dos seus livros:
"se um seixo nos incomoda em nossa bota, tiramo-lo fora. Quando temos o necesssário conhecimento, podemos, com igual facilidade, tirar da nossa mente uma idéia nociva que a invade". Sobre isso não deveria haver dúvidas ou duas opiniões. A coisa é evidente, clara e bem compreensível. E enquanto ele não puder fazê-lo é insensato falar dele como um senhor sobre a natureza e todos os demais. Ele é um escravo e presa de fantasmas alados que voam os corredores do cérebro. Nas faces tristes e cheias de cuidados, as quais encontramos aos milhares, até no meio das classes ricas e civilizadas, nos provam que é raro obter-se o referido domínio sobre a mente.

O assunto e o meio de combater as obsesões começou com Jesus Cristo que retirava demônios das pessoas -- como eram chamados os espíritos. O espiritismo revive a prática, que deve começar com a própria pessoa, reformando-se. Que ninguém se engane: o espirito obsessor só largará sua vítima quando ela se evangelizar. Quando cruzam em nosso caminho nos vêem como éramos e não como somos hoje, para eles, o tempo parou.

Jesus dizia àqueles a quem curava: não tornes a pecar. Os centros não resolvem esses problemas, apenas apontam o caminho da auto-desobsessão. Os espíritos parasitas e levianos, como um bando de pivetes, promovem brigas, intrigas, grandes confusões, insuflando idéias nos que se mostram receptivos. Nunca agem sozinhos. Envolvem as vítimas em fluidos mórbidos e complicadas operações nos seus perispíritos, implantam células, alterando o centro da memória, levando-os ao vício. Alegam muitos obsessores, quando se manifestam em reuniões públicas, que obedecem ordens e se não as cumprirem serão castigados, e demonstram, assim, existir uma hierarquia de malfeitores, como entre os encarnados.

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