sábado, 20 de fevereiro de 2010

D E S A P E G O

Antes que se possa falar em presença dos Mestres deve-se ter perdido toda possibilidade de ferir.
B. Gitâ


O que observamos no mundo atual resume-se em lutas de classes, anseios de posse de bens terrenos, em ambição desenfreada, desejos de mando, de poder, de auto afirmação, cada qual pensando só em mesmo, no seu progresso material a qualquer custo. Ora, luta significa dor, sofrimento entre os seres que levantam bandeiras diferentes para cada um dos valores pelos quais luta. Para que possamos nos erguer diante dos Mestres ascensorados e falar, é preciso cessar as as hostilildades. É preciso ter paz interior, possuir a incapacidade de ferir outrem, por atos ou palavras ditas ou pensadas.
Para atingir esse ponto é sumamente indispensável a alma ter adquirido a noção da imortalidade, o conhecimento das leis que determinam os reais valores que lhe são dados ao nascer, a capacidade de governar suas emoções e renunciar a luta, comum no ambiente em que vive.
Ninguém pode, em sã consciência, clamar por justiça quando o seu coração está endurecido pelo ódio, pelo rancor, ansioso de vingança. Aquele que compreende as leis de Deus sabe que não existe no mundo o que chamamos injustiça. Tudo o que recebemos em nossas vidas é o retorno de ações praticadas por nós em outras ocasiões, ou vidas passadas. Quando a criança se entrega aos cuidados dos pais começa a compreende-los, as duvidas cessam.
O apostolo Paulo referiu-se determinada ocasião que o discípulo deve ter a estatura espiritual do Cristo, numa imagem idêntica a do Bhagavd Gitâ. Embora não aponte os grandes sacrifícios para atingi-la, bem sabemos os esforços para isso. Isso é sacrifício porque exige renuncia de tudo o que faz parte da nossa individualidade.
É uma completa renovação do ser, que sofre nesse caminho, por fazer grande esforço para subjugar tudo que o mantém preso e vinculado à matéria e faz parte daquilo que mais valoriza: sua individualidade.
Quando de sua passagem pela Terra, numa certa ocasião, Jesus convidou um jovem a abandonar todos os seus bens e segui-lo, para ganhar o céu. O jovem ficou muito entristecido com a condição imposta e não foi com o Mesre porque era rico. Faltava-lhe ainda, embora fosse cumpridor da lei, o desapego dos bens terrenos.
Esta é uma das muitas provas pelas quais deverá passar o discipulo antes de se levantar diante dos mestres espirituais.

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