sábado, 6 de fevereiro de 2010

GOSVANI - o controle da mente

Dizem os escritores espiritualistas da India que se realmente desejamos progredir espiritualmente deveremos nos tornar "Gosvanis", que significa termos o perfeito controle dos nossos sentidos e da nossa mente. Eles argumentam que no mundo inteiro as pessoas religiosas, sem esse controle, fazem como o elefante que entra na água, regala-se no banho, mas assim que sai para a margem do rio, atira lama por todo o corpo. De que adianta então o banho?

Em todos os templos das religiões do mundo as pessoas oram e pedem a Deus orientação e proteção para resolver os problemas e dificuldades das suas vidas -- e as recebem, naturalmente, se confiarem. Mas, ao saírem do templo, puros e limpos, cheios de boas intenções, voltam a sujar-se com as mesmas idéias que tinham quando entraram para rezar, pelo simples fato de não terem controle da mente e dos sentidos. De que adianta então rezar?

Por que não conseguem elas dominar e controlar seus sentidos e mentes? Para compreendermos isso, é preciso entender que o progrresso individual é conquistado por meio de experiências feitas pelos nossos sentidos fisicos. Fugimos do que nos maltrata e nos aproximamos do que nos agrada. Mas muitos não fazem assim, por mais estranho que possa parecer.

Adquirimos nossos conhecimentos pela audição e visão, que são as janelas abertas para o mundo exterior. Então todos somos alertados pelos pais, pelas autoridades civis e religiosas, que não devemos roubar, pois se o fizermos, poderemos ser presos e maltratados. Uma pessoa inteligente, que usa o seu raciocínio, aprende apenas ouvindo: quando ouve que não se deve roubar e fica sabendo que os ladrões são presos e maltratados, abstêm-se de roubar.

Outras porém, não tão inteligentes, não usam o raciocinio, e terão primeiro que ser presas e castigadas pelo roubo para aprenderem que não se deve roubar. Outra, igualmente tolas podem ver um ladrão ser preso e maltratado, mas ela também, não controlando o seu desejo irá roubar e será castigada até aprender que não se deve fazer isso.

Também pode ocorrer, e é muito comum, que a pessoa tenha ouvido falar que não se deve roubar, ter roubado, sido presa, apanhado na prisão e mesmo assim, ao ser solta, continuar roubando. Em tais casos ela faz como o religioso que ora a Deus pedindo perdão das suas faltas e proteção, mas ao sair do templo continua o mesmo. Não modifica seu proceder, que é a causa dos seus males. Falta-lhe a força de vontade suficiente para o dominio de sua mente e dos seus sentidos. Quando isso ocorre surge o sofrimento.

Enquanto uns fogem da dor e procuram a alegria e o bem estar no trabalho honesto, no estudo, no repeito as leis de Deus e dos homens, outros ignorantes, rebeldes, procuram a dor, o sofrimento, enfrentando as leis dos homens e o poder de Deus. Em tais casos, infelizmente, só resta aguardar que o tempo faça o seu trabalho e que eles aprendam, a duras penas, que a vida é equilibrio, amor, e que devemos nos amar uns aos outros.

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