quarta-feira, 16 de junho de 2010

O CONSOLADOR

"Depois que fostes iluminados, suportastes
grandes combates e aflições"
Paulo aos Hebreus

Para que alguém seja iluminado é indispensável que esteja em trevas, do contrário isto não se justificaria. O povo judeu, antes da vinda de Jesus, vivia em trevas. Tinha de um lado o opressor romano a exigir o tributo para César , o qual ele precisava arrancar da terra com e lágrimas e, de outro, sua religião, que lhe apontava um Deus vingativo, cuja benevolência devia ser conquistada com oferendas e sacrifícios. Eram bois, carneiros, bodes e pombas que os sacerdotes, em rituais próprios apresentavam no altar para purificação, livrando-os dos pecados, isto sem contar com o dízimo devido à Igreja. A mente desse povo, naquela época, estava tão carregada de superstições, que até o simples ato de alilmentar-se sem antes lavar as mãos era considerado pecado.

Pois bem! Jesus veio esclarecer que Jeová, ao contrário do que ensinavam e criam, era um pai justo, cheio de misericórdia , bondade e solicitude para com os seus filhos amados. Explicou isso através de inúmeras poarabolas, cheias de vida e de uma lógica irrefutável. Era um pai que abandonava cem ovelhas sadias e procurava justamente a desgarrada, para conduzi-la sã e salva ao seu redil.

No conhecido Sermão do Monte, num gesto largo abraça todos os aflitos e sofredores, os perseguidos, os pobres e humilhados e diz que se suportarem esses revezes com bom animo e fé inarredável no Pai celeste, Ele os conduziria ao reino da bem-aventurança. Esclarece, pela parábola de Lázaro e do rico senhor, que os poderosos não têm entrada no reino de Deus, porquanto já fizeram da terra o seu reino e que só o desprendimento dos prazeres terrenos e o amor ao próximo garante a alegria futura, após a morte, e não os sacrifícios.

Aconteceu, porém, que apesar desses ensinamentos cheios de amor e carinho a esse povo sofredor, Jesus foi considerado pelos descrentes da época um louco e visionário e pela Igreja, que se veria prejudicada pela falta de oferendas e dízimos, como um elemento sedecioso e muito perigoso. Essas forças se uniram e o crucificaram.

Ninguém pode encobrir o sol. O seu sacrifício só serviu para aumentar a fé e a confiança nos seus ensinamentos. As perseguições que se sucederam àqueles que agasalharam essas idéias, só fez aumentar o número dos seus seguidores.

Eles foram iluiminados por Jesus e não mais poderiam crer naquele Deus vingativo, cheio de ódio e rancores, pintado pelos religiosos da época. Suportavam por isso, com fé, todas as perseguições, criticas, admoestações e aflições que essa atitude ocasionava, certos de que, em qualquer circunstância jamais seriam abandonados por esse Pai de bondade e amor que lhes acenara Jesus e que o testificara ao ser sacrificado, sem queixumes, ao mesmo tempo que pedia o perdão dos seus algozes.

Somente a luz espiritual confere a pessoa a capacidade de suportar os combates da vida, que servem para nos aperfeiçoar. Quem atravessa a existência sem ter provado o sabor amargo das decepções, dos sofrimentos, das dores e aflições, não progride. Ainda está no estagio preparatório.

Para as grandes calamidades que se abateriam sobre a terra no século dezenove, preparando-a para a entrada numa nova era de paz e amor, foi trazido o Consolador, a doutrina dos espíritos, que ilumina as trevas em que se encontra a humanidade, que desconhece ainda suas origens e o seu destino.

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