terça-feira, 6 de setembro de 2011

FAMILIARES


Não julgueis que vim trazer paz à terra ; não vim trazer a paz, mas a espada, porque vim separar o homem contra o seu pai e a sua filha contra a sua mãe, e a nora contra sua sogra, e os inimigos dos homens serão os seus mesmos domésticos.
Jesus

Como consta do texto acima, o próprio Mestre Jesus reconhece que a sua doutrina não é de paz, mas de lutas e das mais terríveis. Os inimigos do homem, como ele próprio menciona, não são pessoas estranhas, ocultas, mas os seus faamiliares. E a sua palavra é a espada para essa luta que colocará uns contra os outros.
Decifrando o fundo alegórico do ensinamento, poderemos então compreender que ele está se referindo às maldades, os vícios que habitam em nós e com os quais estamos perfeitamente familarizados, a ponto de defendê-los com unhas e dentes sendo profundamente contristador nos separamos deles. O assunto é muito bem esclarecido no "Bagvad Gita" ou a Sublime Canção do Senhor, como
chamam os Hindus o livro que descreve a grande batalha entre o bem e o mal, na qual o personagem Arjuna, que representa o ser em evolução, sente-se amargurado em ter de sascrificar nessa luta os seus parentes e amigos queridos, os quais nada mais são do que as forças propulsoras do desenvolvimento mental do ser, como o ódio, o egoísmo, a luxúria e a inveja que o acompanham na trajetória evolutiva e que um dia deve delas se separar para evoluir.
O que vem realmente fazer na terra o espírito ao reencarnar senão lutar contra os seus preceptores e companheiros milenares de outras jornadas terrenas, como o orgulho, a inveja, o rancor, o ódio, a avareza, os preconceitos de raça, de cor, os vícios -- seres dos quais se vangloria de andar junto e ser por eles alimentado. São os seus domésticos, no dizer de Jesus. Eles só nos trazem dores e sofrimentos!
Os inimigos do homem na terra não são as circunstâncias da existência, boas ou más, é a sua maneira errada de resolver os problemas. São as suas paixões, seus vícios que o fazem sofrer, porque é conduzido e alimentado por eles enquanto vive. A doutrina de Jesus nos recomenda e ensina como nos apartarmos desses inimigos, mas devido à longa convivência com eles isso nos entristece -- tanto é veridico, que as pessoas morrem mas não largam certos vícios prejudiciais à saúde.

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