domingo, 5 de dezembro de 2010

APARIÇÕES


É inquestionável, neste mundo materialista em que vivemos, no qual as pessoas só acreditam no que vêem, o enorme poder das aparições. Através de trama psicológica inexplicável elas transformam, modificam o caráter, e traçam novos rumos á vida daquelas pessoas que as vêem.

Moisés, o patriarca judeu, vagando pelo deserto, disse ter visto Deus, face a face, por entre a sarça ardente e, por isso, se elegeu o condutor do povo hebreu, então escravizado pelos Egípcios, com a missão de libertá-lo.

Esse povo, por seu turno, ouve no sopé do famoso Monte Sinai, onde se dizia estar Deus, vozes, sonidos de buzinas, vê relâmpagos, faíscas elétricas, fumaça e sente a terra tremer, enquanto Moisés conversa com Jeová! A partir daí, acredita no poder desse Deus, que passa a respeitar até os dias atuais.

Maomé, proeminente mercador em Meca, na Arábia, sobe ao cume de uma montanha, no deserto, para um breve descanso e, no silêncio da noite viu desenrolar-se, acima do horizonte, um pergaminho, com escritos em letras de fogo e ouviu uma voz vinda do céu que o elege "mensageiro de Deus". Desde então, "só Alah é Deus e Maomé o seu profeta". Nasceu uma nova religião, que abriga milhões de pessoas. E assim, individual e coletivamente, vão as aparições modificando as pessoas, obrigando-as a reconsiderar os princípios em que se enclausuravam, adotando outro modo de viver.

Jesus, divino mestre, lança na terra árida de Israel as sementes de uma doutrina pacificadora, esplendorosa, de amor uns pelos outros, desde que todos são filhos de um mesmo pai: Deus. Entrega-se em hoilocausto para fazê-la frutificar, mas nem por isso pode abrir mão de demonstrar, por aparições, a continuidade da vida após a morte. conforme pregara.

Após sua crucificação mostra-se às mulheres e na estrada de Emaus, aparece e dialoga com discípulos e, depois, portas cerradas, surge em espírito na reunião dos seus apóstolos, que se mostram atônitos e incrédulos. Um deles chega a exigir provas, colocando os dedos nas feridas deixadas na mão pelos cravos da crucificacão.

Mostrou-se ao mundo, depois de morto, com roupagens terrenas, com as quais, aliás, a fértil imaginação popular elevou-o aos céus, de vez que, por razões desconhecidas, seu cadáver foi subtraído do sepulcro. Criou-se uma lenda paras embalar crianças, uma vez que o corpo físico é feito para o ser movimentar-se na terra e não para viver no céu.

A conversão de Paulo de Tarso é bem típica. Combate ele com todas as suas forças as idéias Cristãs de perdão às ofensas, da imortalidade da alma e sua ressurreiçao após a morte. Mas, em sendo surpreendido, na Estrada de Damasco, pelas aparição de Jesus, opera-se nele uma instantânea transformação. De perseguidor passa a discípulo e indaga, entre incrédulo e maravilhado: "Senhor, o que querres que eu faça?". E vida afora passou a divulgar as idéias de Jesus, transformando-se em seu principal arauto.

De fato, a razão, a lógica, ainda não são o forte dos homens, que desejam ver para crer em alguma coisa. Muitos, mesmo vendo não crêem, taxando o fenômeno das manifestaçoes espirituais como alucinação. O resolver o problema da imortalidade da alma com instrumento tão falho como é a vista humana, só ocasiona erros, precisando de mitos e lendas para justificar a fé, como até agora tem sido feito.
Desde que porém surgiu, na cidade luz, no século passado "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec, coodificando as informações do além tumulo, por intermédio de médiuns, os crentes não precisam mais basear suas convicções sobre a vida futura em aparições, que talvez nunca os surpreendam, em lugarres escuros, ermos, incomuns. Nem precisam se curvar a lendas, mitos, e as fantasias criadas pela imaginação dos homens. Basta acompanhar o estudo sistemático das obras desse maravilhoso mestre francês para descobrir e conquistar o maior tesouro do mundo para o trânsito existencial: o bom senso.

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