terça-feira, 13 de outubro de 2009

As dez virgens


O reino dos céus será comparado a dez virgens que, tomando suas lâmpadas, saíram ao encontro do noivo. Cinco delas eram néscias e cinco prudentes.

As néscias, tomando de suas lâmpadas, não levaram azeite consigo, mas as prudentes levaram azeite em suas vasilhas, juntamente com as lâmpadas.

Tardando o noivo, toscanejaram e adormeceram. Mas, à meia noite ouviu-se um grito.

-- Eis o noivo! Saí ao seu encontro.

Então se levantaram todas aquelas virgens e preparam suas lâmpadas.

E disseram as néscias às prudentes: dai-nos do vosso azeite, porque nossas lâmpadas estão se apagando!

Porém, as prudentes responderam: Talvez não haja bastante para nós e para vós. Ide antes aos que vos vende e comprai para vós.

Enquanto foram comprá-lo, veio o noivo e as que estavam prontas entraram com ele para as bodas e fechou-se a porta!

Depois vieram as outras virgens disseram: Senhor, Senhor, abre-nos a porta!

Mas Ele respondeu: em verdade vos digo que não vos conheço.

Portanto, vigiai, porque não sabeis nem o dia, nem a hora.


(Matheus XXV, 1/13)

Parábola bastante estranha esta, quando afirma que haviam dez virgens e um único noivo! Mais estranho ainda o fato de as noivas não conhecerem o noivo que deveria vir numa hora ignorada e encontrá-las - vejam só - aguardando-o com uma lâmpada na mão!

Diz ainda a parábola
que cinco delas eram prudentes e cinco eram néscias. Estas não levaram o azeite suficiente para manter a lâmpada acesa até a chegada do noivo. (Naquela época não existia luz elétrica)

É dito que um grito anunciou a chegada do noivo e as prudentes entraram para as bodas e fechou-se a porta. Vindo as néscias, que foram comprar azeite, elas pediram que a porta fosse
aberta, mas o Senhor lhes disse que não as conhecia e que deveriam vigiar, porque não sabiam
o dia, nem a hora.

Procuremos entender a simbologia feita por Jesus entre o reino dos céus e as virgens néscias e
prudentes -- e a espera do noivo com a lâmpada acesa na mão.

Em nossas vidas, costumamos sempre colocar a nossa felicidade futura, em um novo emprego, ganhar na loteria, obter na vida
sucesso, no casamento ou aposentaria. Em fim, algo subjetivo, pessoal, guardado em nossa mente, mas nunca em realizações espirituais.

Numa outra parábola, o Mestre compara os homens a árvores que dão bons e maus frutos. Aqui os compara a noivas a espera do casamento, que é uma promessa de felicidade, porque na vida do espírito ele representa o objetivo final do ser na sua longa peregrinação para alcançar a união com o seu Criador. Quando livre das cadeias dos mundos de expiaçao e provas, passa a viver na eternidade.

Já dizia Salomão em seus famosos provérbios que

"o temor do Senhor é o principio da sabedoria e a ciência dos santos, a prudência."

Jesus considera prudentes as pessoas bondosas, as que estudam, pesquisam e lutam de todas as formas para que as experiências terrenas iluminem o seu caminho e não seja surpreendida quando do chamamento divino.

Desse fato, o reino de Deus - e não poderia ser de outra forma - não comporta a presença de néscios, mas de sábios, mestres de todas as artes, ciências e filosofias, para que possam colaborar na manutenção dos mundos Criados por Deus.

O espírito humano é criado simples e ignorante e no suceder das encarnacões, marcha para desenvolver a inteligência, a bondade, integrar-se no reino de Deus. Mas enquanto uns nessa marcha se esforçam, lutando contra suas más tendências e sua ignorância, procurando entender a vida e obedecer as leis de Deus, outros, os néscios, no dizer do Mestre, ficam apenas esperando por esse dia que ninguém sabe quando virá, sem nada fazer, adormecidos na vida. Para eles as portas dos céus estão fechadas e de nada adiantam os seus gritos para que se abram.

De que adianta pedir aos céus sabedoria, paz de espiríto e amor, se nada fazem para obetê-los?

É infantilidade tecer louvores ao Criador e esperar a felicidade de mão beijada. É necessário segundo Jeus, usar a prudência, conquistando-a na luta diária em prol do bem, colocando luz em nosso espírito!

Candeeiro, assim, é o espírito humano, que deve ser alimentado sempre com o óleo da sabedoria para iluminar a vida e, um dia, quando ele tiver afinidades com o amor divino, terá as portas do céu abertas para efetuar o casamento com a divindade eterna.

Sem afinidade não existe casamento verdadeiro, nem na terra, nem no céu. Vigiar é, pois, o esforço que o Cristão deve fazer par aprimorar-se sempre para entrar o mais breve possivel no reino de Deus, pleno de amor e sabedoria.

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