quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A prova da riqueza






Respondendo a Kardec disseram os espíritos que a riqueza, por sua suas tentações, é uma prova multo difícil e são poucas as pessoas que, ao reencarnar, se aventuram nos seus caminhos.

Forçoso é reconhecer, porém, que sem a riqueza muitas coisas deixariam de ser feitas, porque ela é fundamental ao progresso, em todos os campos. Querem ver?

Pela época da proclamação da nossa independência, um jovem parisiense casou-se com a filha de um ourives de Bordéus e veio residir no Brasil.

Em Diamantina, passou a comerciar com pedras preciosas. Do casamento nasceu um filho que, depois dos primeiros estudos no Colégio Dom Pedro, no Rio de Janeiro, foi completar a educação em Paris, onde se formou engenheiro. Retornando ao Brasil ocupou, em Ouro Prelo, então capital da Província de Minas Gerais, o cargo de Engenheiro de Obras Publicas. Casou-se logo depois com a filha de um Comendador Português e desse casamento nasceram oito filhos. O segundo deles chamava-se Alberto Santos Dumont.

O pai de Alberto trabalhou com tenacidade e energia. Minerou ouro no rio das Velhas, organizou empresas de navegação fluvial, vendeu madeira e administrou a fazenda do sogro. Em 1880 era considerado "o rei do gado" em Ribeirão Preto. Com isso naturalmente pode propiciar educação esmerada aos filhos, que iam estudar na Europa.

Santos Dumont esteve em Paris pela primeira vez aos 15 anos e voltou encantado com os livros de Júlio Vene, que falavam de viagens aéreas e submarinas. Como sempre teve inclinação para a mecânica, quando fez 18 anos o pai levou-o de novo à Cidade Luz para visitar uma exposição de máquinas, e lá ele viu funcionando um motor de 1 H.P. que o Impressionou muito.

No ano seguinte, o pai deu-lhe a emancipação, dizendo:

-- "Vá a Paris, estude física, química, mecânica, eletricidadde e não esqueça que o futuro do mundo está na mecânica. Você não precisa pensar em ganhar a vida; eu lhe deixo o necessário para viver”.

Assim fez ele. Foi a Paris e durante 5 anos, de 1892 a 1897 estudou com afinco. Leu muito, viajou bastante, interessou-se por automobilismo, mas sonhava com balões dirigidos.

O desafio surgiu quando o Sr. Henry Deutsch, magnata de petróleo, instituiu um prêmio a quem fizesse a volta da Torre Eiffel em balão dirigível.

Após três tentativas frustadas ele conseguiu o notável feito em 19 de outubro de 1901. Saindo do Parque Salnt Cloud, sem tocar em terra, o seu balão dirigível fez o contorno da torre e voltou ao ponto de partida, no prazo de meia hora. Do prémio de 129.000 francos ele deu 75.000 aos pobres de Paris e os restantes 54.000 aos seus mecânicos e auxiliares.

Desde então passou a dedicar-se à construção de dirigíveis e tinha até projetos de um helicóptero, mas decidiu-se ao culto "do mais pesado do que o ar" assim que o mesmo magnata, inclusive o Sr. Ernst Archdeacon e a Diretoria do Aeroporto de França em 1901, instituíram prêmios "ao primeiro aparelho aéreo, sem balão, que cobrisse um percurso de, no mínimo, 25 metros. Outro para 60 metros e o grande prêmio para um quilômetro".

A data máxima do vôo mecânico ficou sendo 23 de outubro de 1906 quando, no Campo de Bagatele, presentes autoridades e a imprensa, que fotografou o feito, Santos Dumont no seu aparelho denominado "14 Bis" voou por 60 metros a aproximadamente dois metros de altura.

A imprensa exultou: "É um fato precioso. Partindo do solo, um homem, numa máquina voadora percorreu, no ar, mais de 50 metros!”

Nesse mesmo ano, nesse campo, Santos Dumont conseguiu voar 220 metros a uma altura de 7 metros, recebendo um prêmio de 1500 francos, que doou aos seus mecânicos.

Três anos depois, em 1909, após vários aperfeiçoamentos no seu "14-bis" ele construiu o famoso "Demoiselle" avião que pesava 118 quilos sem o piloto e tinha um motor de 30HP. A hélice media 1,80m de diâmetro e desenvolvia 1800 rpm. Com ele voou 18 quilômetros e chegou atingir 70 metros de altura.

De lá para cá, os aperfeiçoamentos que fizeram na sua máquina de voar, transformaram a face da terra!

Tudo porém estava delineado no plano espiritual. Em 30 de julho de 1876, o espírito de Estevão Montgolfier, pioneiro do balonismo, pela psicografia do médium Ernesto de Castro, dizia em sua mensagem, entre outras coisas:

-- " A locomotiva, esse gigante que avassala os desertos e vence as distâncias, será um insignificante invento ante o pássaro colossal que, qual Condor dos Andes, percorrerá o espaço, conduzindo em suas soberbas asas, os homens de vários continentes. O Brasil foi o paiz escolhido para demonstrar a força dessa grandiosa máquina aérea".

Nessa época Santos Dumont tinha apenas 3 anos! Como se vê, a prova da riqueza é difícil, mas não impossível. Santos Dumont usou-a, não em proveito próprio, mas em beneficío do mundo em que nasceu. E a maior prova de que era um espírito de escol é que, dos seus inúmeros inventos, não quis requerer patente de nenhum deles. Que seu nome seja louvado!

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