terça-feira, 20 de outubro de 2009

A história de Alfredo

Bem aventurados os pobres de espírito por que deles é o Reino dos Céus;
Bem aventurados os aflitos por que serão consolados

(Jesus)


Conheci Alfredo há muitos e gostava muito dele. Homem simples, humilde, que vivia de pequenos serviços de pedreiro. Viera do interior para a capital a procura de melhores dias de vida. Era espírita convicto e, numa ocasião, indagado, contou-me a razão de ter adotado essa doutrina como religião.

Nascera e era católico, mas não gostava muito de freqüentar igrejas. Um dia sua mulher ficou muito doente e ele não tinha dinheiro para levá-la ao médico -- estava muito preocupado, sem saber o que fazer.

Aconselhado por uma vizinha levou-a ao Centro Espírita da cidade em que morava, onde havia uma tal de Dona Maria, médium, que dava consultas gratuitas e era tida como milagreira.

Nunca ouvira falar de espiritismo mas, diante das circunstâncias, não havia outro remédio. Quando chegou, o salão estava repleto e, conforme foi orientado, haveria uma palestra evangélica e depois Dona Maria iria atender aos necessitados. Marcaram o seu nome num livro.

Quando chegou a sua vez, o colocaram numa sala, onde havia uma mulher sentada diante de uma mesa, de cabeça baixa, e um lápis na mão. Ela mandou que ele sentasse e dissesse o que o trazia ali. Ele contou da doença da mulher e sua preocupação. Ela então disse-lhe que sua esposa não tinha nada de grave e era para ele confiar pois ela breve estaria de pé. Deu-lhe uma receita que ele agradeceu. Quando ia se retirando ela disse:

-- "Se o senhor for comprar na farmácia do seu João, ele vai dizer que não tem. Peça pra ele procurar atrás dos Biotônicos Fontoura."


-- “Esse remédio eu não tenho não! É melhor procurar noutro lugar “, disse o farmacêutico secamente, ao ler a receita.

Meio sem jeito, Alfredo pediu que fosse olhar atrás dos Biotônicos.
O farmacêutico então perguntou:

-- “O senhor vem da casa de Dona Maria?”
-- “Sim”, respondeu timidamente.

Alfredo contou que o farmacêutico olhou meio esquisito, pegou a escadinha, encostou na prateleira, enfiou a mão atrás dos Biotônicos e trouxe o remédio.

-- “Ué, exclamou. Eu não sabia que tinha este vidro aqui.”

A mulher de Alfredo ficou boa e ele, intrigado com o acontecido, disse-me:

-- “Comprei o Evangelho Segundo o Espiritismo e passei a freqüentar o Centro, onde me dei muito bem”

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