segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Discurso para Gregos

É mencionado no capitulo 12 do Evangelho de João que após a entrada messiânica de Jesus em Jerusalém , quando a multidão ia ao seu encontro, alguns gregos, que também tinham ido para as festividades da Páscoa, desejavam vê-lo. Os apóstolos André e Felipe fizeram a apresentação e o Mestre, sem mais nem menos, foi dizendo:

"É chegada a hora em que será glorificado o Filho do Homem. Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo que cai na terra não morrer, permancerá só; mas se morrer produzirá muito fruto. Quem ama a sua vida a perde e quem odeia a sua vida neste mundo guarda-la-á para a vida eterna. Se alguém quer servir-me, siga-me; e onde eu estou aí também estará o meu servo. Se alguém me serve, meu Pai o honrará. Minha alma está agora conturbada. Que direi? Pai, salva-me desta hora? Mas foi precisamente para esta hora que vim. Pai, glorifica o teu nome. "

Lendo esta narrativa do apóstolo e sua continuação havemos de convir que, para muitos, isso é bem um discurso para gregos. Não se entende nada do que ele disse. E ficamos pensando: será que os visitantes gregos que procuraram o Mestre entenderam e ficaram satisfeitos com o que lhes foi dito? Procuremos sua interpretação.

Na Grécia ensinava-se, através dos mitos, que existia uma potência absoluta ( Deus para nós). Ela se manifestava através do Logos (Criador do Cosmo), o qual seria de duplo aspecto, masculino e feminino. Da união nascera a mente salvadora e a alma universal, nomeadas como Dionísio e Perséfone. Esta última, descendo à terra acabou fracionando-se e ficando prisioneira da matéria que, com ilusões fê-la esquecer-se da sua origem divina.

Para salvá-la desceria à terra a mente salvadora que se ofereceria em holocausto às forças inferiores (a matéria) para conseguir a libertação da alma das criaturas, elevando-as novamente aos planos superiores e divinos.

Disse ainda Jesus naquela ocasião aos Gregos: "E agora o julgamento deste mundo. Agora o príncipe deste mundo será lançado fora; e quando eu for elevado da terra, atrairei todos a mim".

Se desfaz assim a ideia de que Jesus teria ignorado os Gregos que queriam conhecê-lo e dito o que bem entendeu. Ao contrário, recebeu-os gentilmente explicando, na linguagem que lhes era bem familiar, quem era, o que fazia e qual o seu objetivo.

Os visitantes Gregos entenderam perfeitamente o pensamento de Jesus.


Ele esperava, com o seu sacrifício, que anunciara para breve, despertar nas criaturas a clara noção
de sua origem divina, resgatando-as das ilusões da vida material para a felicidade eterna. Bem claro lhes ficou, desse encontro que Jesus era de fato um enviado divino em missão na terra.

Desde então, todos os que estão enterrados no claustro da matéria, angustiados, aflitos e doentes, desiludidos e ansiando por libertarem-se da ilusões terrenas, e que clamam por Deus e pela salvação, são sempre atraídos para a doutrina amorosa e pela luz inconfundível que emana de Jesus, que os eleva aos céus, tornando-os, como prometeu, "Filhos da Luz".

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